Um pequeno besourinho da família Scolytidae, bastante parecido com a broca-do-café, que ataca os frutos, tem sido observado atacando os ramos e brotações novas do café conilon.
A diferença entre a broca-do-café, Hypothenemus hampei, e a broca da haste, Xylosandrus compactus, só pode ser observada em lupas que permitam aumentos superiores a 50 vezes.
No Espírito Santo, sua presença foi observada há alguns anos na Fazenda Experimental de Marilândia, do Incaper, atacando ramos lenhosos e brotações novas de cafeeiros, provocando o secamento dos mesmos a partir do orifício de entrada da fêmea, que cava uma galeria e nesta colocam seus ovos. Todo o ciclo biológico – dos ovos nascem as larvas, que se transformam em pupas, que originam novos adultos - ocorre dentro dessas galerias. Tratava-se de uma praga quarentenária para o Brasil, mas seu registro já foi feito por técnicos do Ministério da Agricultura.
Sua ocorrência, até o momento, está associada a algumas variedades de Coffea canephora cujo plantio não é recomendado pela pesquisa. Observada inicialmente na variedade Apoatã, registra-se também sua ocorrência em variedades (e cruzamentos decorrentes) conhecidas como Guarini e algumas variedades de Robusta apreciadas pelos viveiristas e produtores, como Verdão, Robustão (é assim conhecido pelos produtores, mas não é a variedade Robustão Capixaba, do Incaper, que é tolerante à seca), Verdão, e o Super-tardio, que está sendo bastante plantado em função de permitir a colheita em época em que as outras variedades já foram colhidas e há maior disponibilidade de mão-de-obra.
Não se conhecem maiores detalhes de sua biologia nem de seus hábitos, o que não permite a recomendação de medidas de controle químico.
Assim, em casos de ocorrência que preocupem o produtor pela alta infestação, a recomendação seria a retirada e destruição dos ramos atacados. É importante destacar que a simples retirada dos ramos não resolve o problema, pois o inseto continua a se desenvolver dentro dos ramos, mesmo que estes sejam retirados da planta, sendo necessária sua destruição.
Artigo publicado na 34ª edição (Out/Nov 2011) da revista ProCampo
por Cesar José Fanton
Eng. agrônomo, Doutor em Entomologia, Pesquisador do Incaper
fanton@incaper.es.gov.br