No Espírito Santo, as propriedades que exploram a pecuária de corte apresentam tamanho médio e estão localizadas, principalmente, na região norte do Estado.
O rebanho capixaba de gado bovino e bubalino (búfalos), avaliado no final de 2012 era de 2.271.978 cabeças (IDAF/2013).
A indústria frigorífica é composta por 14 empresas, 3 estão sob a fiscalização federal (SIF) e as demais sob a fiscalização estadual (IDAF).
Atividade bastante tecnificada, a pecuária de corte estadual faz uso de técnicas como Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), adubação de pastagens, cercas eletrificadas e suplementação dos animais no período seco do ano com misturas proteinadas, dentre outras. Disso resulta na produção de animais de excelente carcaça, terminados para o abate com idade média de 30 meses, com peso líquido de 18,5@ (277,5Kg). Entretanto, os preços da arroba não acompanham os custos de produção.
Conforme a tabela abaixo, podemos observar que os preços pagos pelos frigoríficos para o boi gordo estão “andando de lado” desde setembro de 2010.
Agora vem a conta
Ao adquirir um bezerro desmamado com peso líquido de 7@ (105Kg) ao preço de R$ 110,00/@ (cento e dez reais/arroba), e vendê-lo como boi gordo com 18,5@ (277,5Kg) ao preço de R$ 90,00/@ (noventa reais/arroba) aproximadamente 2 anos depois, o que sobra para o pecuarista é o tapinha nas costas parabenizando pelo gado.
A seguir, a tabela 2 ilustra a visualização do custo/benefício do negócio.

Considerando um custo cabeça/mês de R$ 20,00 (vinte reais) gastos com mineral, salário de vaqueiro, combustível, produtos veterinários, impostos, manutenção de máquinas e equipamentos, benfeitorias etc, o pecuarista terá um lucro de R$ 415,00 (quatrocentos e quinze reais) no período.
Caso consiga a lotação de 1 cabeça/hectare/ano, tem-se um lucro de R$ 207,50 (duzentos e sete reais) por hectare/ ano. Então, amigo pecuarista, faça contas somando tudo que gastou com o negócio e divida pelo total de cabeças no mesmo período. Ao encontrar o custo por cabeça/mês, calcule sua rentabilidade, observe onde está gastando mais e economize naquilo que for possível.
Assim, como não podemos definir o preço de venda, o único jeito é apertar o cinto dentro da porteira!...
Ou, como dizia Rui Ottoni Prado, presidente da Aprosoja: “O produtor rural é o que mais perde nessa cadeia, porque ele é a ponta. Todo mundo vai repassando custos, e ele tem que arcar com isto”.

Artigo publicado na 44ª edição (Jun/Jul 2013) da revista ProCampo
por Eduardo L. Siqueira Nejain
Eng. Agrônomo e pecuarista
nejaim@hotmail.com
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